Sunday, September 03, 2006

dois passos


Ainda parece estar muito cedo
Não há ninguém levantado
Passarinhos ainda estão em seus iniciais sonos depravados
Então deixo todas as minhas obrigações de lado
E volto para meu precipício abominado
Aqui do alto penso em arremessar todas as minhas coisas fora
Jogar e vê-las cair
Mas logo vejo que não possuo ‘‘minhas coisas’’
Logo vejo que só tenho a mim
Então imagino qual seria o som do meu corpo agonizado caindo sobre essas pedras
Será que elas iriam rir?
E as ondas será que iriam permitir?
Ou alguém lá embaixo iria me acudir?
Todas as frases clichês,
nenhuma me interessa
nenhuma vai me amparar
Então imagino se meus olhos estariam adormecidos quando eu chegasse lá embaixo
Com mais dois passos
Será que minha alma continuaria a viver?
Será que depois estarei calma?
Tente justificar essa minha vontade enquanto você dorme
E antes que você acorde
Darei dois passos e abrirei minhas asas...

(by me)

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